terça-feira, 28 de agosto de 2018

Coren-RO move ação judicial contra irregularidades em hospital

Fiscalização de retorno constatou persistência de irregularidades no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, em Porto Velho

Condições de atendimento no hospital João Paulo II, em Rondônia, são precárias

O Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) constatou inúmeras irregularidades em fiscalização de retorno realizada no Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, em Porto Velho. A equipe de fiscalização verificou que a maioria dos problemas são os mesmos anotados em fiscalizações anteriores, entre eles,  a falta de profissionais de enfermagem. Além de problemas estruturais nos setores, o que compromete a qualidade do atendimento aos pacientes e que não foram sanados.

O número insuficiente de profissionais de enfermagem afeta diretamente nos plantões extras,  o que gera sobrecarga de trabalho e, por consequência, a queda na qualidade da assistência. Na relação de irregularidades também consta a superlotação do hospital,  o que obriga internação de pacientes em áreas externas e pelos corredores da unidade. Tais irregularidades expõem as pessoas a uma situação desumana e de insalubridade. “A estrutura física do João Paulo está um caos e coloca os pacientes em situação de risco”, observou Sílvia Neri, presidente do Coren.

O relatório produzido pela inspeção foi encaminhado à Secretaria de Saúde do Estado  e aos órgãos de controles competentes para que  as providências sejam tomadas imediatamente, visto que todas as normas que norteiam a prestação de uma saúde digna estão sendo violadas, razão pela qual o Coren decidiu também ingressar na justiça para que as irregularidades sejam resolvidas.

Fiscalização do Coren-RO flagra irregularidades em instituições de saúde

Ação foi realizada de 13 a 17 de agosto e identificou desde problemas estruturais até falta de profissionais de Enfermagem e equipamentos

O Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren-RO) realizou, no período de 13 a 17 de agosto, a execução do cronograma de fiscalização na cidade de Guajará-Mirim. A ação foi acompanhada pela presidente do Coren Silvia Neri, pelo conselheiro Celso Perote, juntamente com a equipe de fiscais, e teve por objetivo averiguar o exercício profissional, condições de trabalho, instalações das unidades, recursos humanos, além de apurar denúncias. A equipe vistoriou 10 instituições, entre rede hospitalar e unidades básicas de saúde, detectando inúmeras irregularidades que comprometem diretamente a qualidade do serviço de saúde prestado à população.

Situação encontrada durante fiscalização

Conforme averiguação, o Coren identificou problemas como parte estrutural precária, falta de profissionais de Enfermagem, falta de equipamentos, materiais de insumo, ausência de enfermeiro em locais onde são desenvolvidas ações de enfermagem, medicamentos vencidos e em más condições de armazenamento, entre outras.

A coordenadora do Departamento de Fiscalização, Marisa Miranda, ressalta que, além do problema maior ser a falta de enfermeiros, principalmente nas instituições de grande porte, como Hospital Regional e Hospital Bom Pastor, a saúde pública do município está em uma situação crítica e de completo abandono. “Encontramos unidades abandonadas em condições precárias e desumanas de prestar assistência aos pacientes e desrespeito aos profissionais que precisam desempenhar suas atividades em ambientes inadequados sem as mínimas condições de trabalho”, apontou a coordenadora.

Outra situação identificada e grave que chamou atenção da fiscalização foi a falta de profissionais de outras da área saúde, o que faz com que com os profissionais técnicos e auxiliares de Enfermagem exerçam a função que legalmente não cabe a eles, como procedimento de reanimação sem habilidade e técnica para isso, uma vez que dentro da equipe de Enfermagem somente o enfermeiro tem amparo legal para realizar tal procedimento.

Presidente do Coren-RO, Silvia Neri, e equipe de fiscalização

A presidente do Coren, Silvia Neri, avaliou de forma positiva o trabalho da equipe, que cumpriu todas as metas estabelecidas. Segundo ela, o resultado da operação dará um novo panorama para que novas ações judiciais possam ser desencadeadas, caso haja necessidade. “A atual gestão do Coren-RO tem percorrido as instituições de saúde com o intuito de avaliar e identificar problemas relativos ao exercício profissional da Enfermagem e as condições de trabalho ofertadas aos profissionais em relação aos aspectos técnicos e de segurança que colaboram para possíveis prejuízos a saúde dos usuários. Nosso objetivo é conseguir abranger cada vez mais os municípios do estado”, afirma a presidente.

Instituições de saúde vistoriadas – Hospital Regional Perpetuo Socorro, Hospital Bom Pastor, Centro de Saúde Carlos Chagas, Posto de Saúde Altamiro Barroso, Posto de Saúde Irmã Maria Salete, Casa de Apoio a Saúde Indígena, Presidio, Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), Posto de Saúde Delta Oliveira Martinez, Centro de Saúde Sandoval Meira.

Diante da situação, a prefeitura de Guajará-Mirim, assim como das demais unidades fiscalizadas, foram notificadas a sanar os problemas nos prazos concedidos, sob pena de instauração de processo administrativo no âmbito do regional caso não haja cumprimento. O Relatório conclusivo da fiscalização será encaminhado aos demais órgãos de controle e defesa para conhecimento e providências necessárias.

Fonte: Coren-RO

Mercado de trabalho para Enfermagem amplia áreas de atuação

Nesta entrevista, a professora Karoline fala sobre o mercado de trabalho na Enfermagem

A coordenadora do curso de Enfermagem da Universidade de Fortaleza (Unifor), professora Karoline Oliveira, concedeu entrevista ao G1 para falar sobre o atual mercado de trabalho da Enfermagem, confira:

Como está o mercado de trabalho para o profissional de Enfermagem? Está crescente, em expansão, em alta? Por quê? O mercado de trabalho para o profissional de Enfermagem está em expansão. A categoria tem avançado de modo diversificado, ampliando cada vez mais suas áreas de atuação. Entendemos que existem quatro grandes dimensões relacionadas ao campo de atuação do profissional de Enfermagem, são elas: Assistência Direta ao Paciente; Gestão; Docência/Pesquisa; Empreendedorismo.

Cada dimensão envolve uma série de possibilidades de atuação no mercado. A assistência direta ao paciente acontece por meio da contratação desse profissional em redes hospitalares, unidades básicas de saúde (postos de saúde), serviços de atendimento pré hospitalar em urgência e emergência (SAMU), atenção domiciliar (home care), assistência na área de transplantes de órgãos, serviços especializados em estomaterapia (tratamento de feridas), nefrologia, cardiologia, obstetrícia, neonatologia, pediatria, geriatria, dentre outros. Recentemente o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) publicou a Resolução 568/2018 que regulamenta o funcionamento dos consultórios e clínicas de Enfermagem. A norma regulamenta a ação autônoma do enfermeiro, ampliando o atendimento à clientela no âmbito individual, coletivo e domiciliar. O profissional atenderá sua própria demanda, em consultórios particulares.Na área da Gestão, o profissional tem a possibilidade de assumir cargos de coordenação nas unidades hospitalares, unidades básicas de saúde, secretarias de saúde do estado/município e universidades. Vale ressaltar que no estado do Ceará grande parte dos secretários municipais de saúde são enfermeiros. Diante dessa demanda em ascensão, existe uma preocupação do curso em preparar cada vez mais os alunos para assumirem cargos de gestão. Existe também a especialização em Enfermagem do Trabalho e Auditoria em Enfermagem, ambas as áreas exercem suas funções em células de gestão das unidades de saúde.

A docência e pesquisa representam outra dimensão do campo de atuação do profissional enfermeiro no mercado de trabalho. Os cursos direcionados à formação técnica profissional em enfermagem estão em expansão, principalmente pelo avanço da área técnica profissionalizante no país. Esse cenário oferece um campo de trabalho promissor para os egressos dos cursos superiores de enfermagem na docência. Importante salientar que houve um avanço considerável na formação de enfermeiros mestres e doutores, possibilitando a inserção desse profissional em programas de pesquisa e extensão vinculados às universidades. Temos vivenciado no Brasil um crescimento significativo dos grupos de pesquisa, com incremento nas investigações de enfermagem e, consequentemente, um aumento da divulgação em periódicos científicos, bem como a qualificação dos pesquisadores e dos periódicos da área.

O empreendedorismo trata-se de um campo amplo, no qual o enfermeiro pode vir a atuar promovendo saúde à população ou dedicando-se à sua recuperação, com atendimentos em consultórios particulares, no domicílio (home care) e em cooperativas (terceirização de mão-de-obra), consultorias e auditorias como autônomo ou em empresas, atendimento em eventos (dairy care), ensino (proprietário) ou prestação de serviços especializados: clínicas de vacinação, amamentação, esterilização de material médico-hospitalar, transporte de pacientes, aluguel de equipamentos e comercialização de produtos da área hospitalar. Essas são algumas das modalidades que permitem ao enfermeiro uma atuação autônoma e empreendedora.

Quais são as áreas de atuação em que há mais contratações de recém-formados? E para quem já tem experiência? Por quê As contratações de recém-formados acontecem primordialmente na rede de serviços assistenciais, ou seja, hospitais e unidades básicas de saúde. Muitos recém-formados são inseridos no mercado através da Estratégia Saúde da Família (ESF), caracterizada por um modelo de organização da Atenção Básica no país, esses profissionais trabalham em unidades básicas dos diversos municípios do estado, integrando a Equipe de Saúde da Família. Ressalto que outra oportunidade relevante para recém-formados é a inserção em programas de pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado, possibilitando uma aproximação desses egressos com o campo da docência e pesquisa.

Onde estão as melhores oportunidades (regiões, cidades)? Por quê? Na capital encontramos maiores oportunidades na rede hospitalar, clínicas especializadas, serviços de atenção domiciliar, serviços de atendimento pré-hospitalar, cargos de gestão e empreendedorismo. Isso acontece devido à diversidade de instituições públicas e privadas aptas a absorver esse profissional, ao progresso tecnológico e ao cenário clínico/epidemiológico do processo saúde/doença, configurado no país (maior demanda de profissionais para o cuidado).Nos municípios do interior do estado, encontramos oportunidades na Estratégia Saúde da Família. A região Norte-Nordeste confere uma demanda considerável para profissionais da área da saúde.

Quais são as tendências e perspectivas futuras para essa profissão?  Tendências e perspectivas: profissionais cada vez mais capacitados para o mercado de trabalho, investimento em titulações de especialistas, mestres e doutores; tecnologia ascendente no campo de atuação do profissional enfermeiro, aumento de vagas na rede privada, crescimento na área da gestão e empreendedorismo.Destaco como tendência e perspectiva atual, a regulamentação dos consultórios e clínicas de Enfermagem, gerando autonomia do profissional enfermeiro no atendimento à clientela no âmbito individual, coletivo e domiciliar. O profissional atenderá sua própria demanda, em consultórios particulares.

Surgiram novas áreas de atuação? Sim, Enfermagem Estética. A atuação de enfermeiros na área de Estética é uma realidade no Brasil e no mundo. Os procedimentos de estética são realizados por enfermeiros especialistas com pós-graduação lato sensu em estética, de acordo com a legislação estabelecida pelo Ministério da Educação, com no mínimo 100 horas de aulas práticas.

No caso do curso, há novidades no currículo? Tem trabalho de conclusão de curso e estágios obrigatórios? Se sim, como funcionam esses estágios (mais detalhes)? A proposta de Mudança Curricular surgiu em 2001 quando foram estabelecidas as Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação de Enfermagem, conforme Parecer CNE/CES 1.133/2001, o qual ressalta a urgência de se abandonarem concepções antigas e herméticas, consideradas prisões curriculares, e recomenda estratégias educacionais que capacitem o profissional do século XXI com competências diante da complexidade existente no processo saúde-doença.O objetivo do novo currículo do Curso de Enfermagem é investir na forma dinâmica de trabalho e ensino, prática e teoria, efetivando a integração ensino-prática profissional, a integração professor-aluno, a busca de esclarecimentos e propostas e principalmente a utilização de estratégias educacionais de ensino que fortaleçam a formação de um profissional com competências para atuar nos diversos cenários do campo da enfermagem.O trabalho de conclusão de curso é realizado em dois módulos, ofertados nos últimos semestres do curso, nas disciplinas de TCC I (elaboração do projeto de pesquisa) e TCC II (execução do projeto). Os alunos fazem uma imersão no campo da pesquisa.

Os estágios obrigatórios fazem parte das disciplinas teórico-práticas e disciplinas de Internato, acontecendo nas diversas instituições de saúde do município de Fortaleza, hospitais, unidades básicas de saúde, serviços especializados, serviços de urgência e emergência, dentre outros. As turmas práticas são compostas de seis alunos e todas tem acompanhamento efetivo do professor.

Matéria na íntegra.

Fonte: G1 - editada

Cofen publica nota de esclarecimento sobre atuação do enfermeiro no pré-natal

Redes de TV veicularam, no Amapá e no Rio Grande do Sul, informações equivocadas

Nota de esclarecimento sobre atuação do enfermeiro no pré-natal

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) esclarece a população sobre a atuação dos enfermeiros no pré-natal, objeto de equívocos em reportagens veiculadas no Jornal do Amapá em 15 de agosto de 2018, com retratação em 17 de agosto, e no Jornal do Almoço, da afiliada local da TV no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira, 20 de agosto.

Cada integrante da equipe multiprofissional de saúde deve conduzir a assistência pré-natal de acordo com sua habilitação, conforme os protocolos instituídos pelo Ministério da Saúde. Por seu impacto na melhoria da assistência pré-natal e na redução da mortalidade materna, a atuação qualificada da Enfermagem obstétrica é um dos pilares da Portaria 1.459/2010 do Ministério da Saúde, que cria a Rede Cegonha, promovendo atenção humanizada e segura.

A assistência de Enfermagem à gestante, parturiente e puérpera, o acompanhamento da evolução e do trabalho de parto e a execução do parto sem distócia estão entre as atribuições dos enfermeiros generalistas enquanto integrantes das equipes de Saúde, conforme o artigo 11 da Lei 7498/86.  Os enfermeiros obstétricos e obstetrizes são profissionais especialistas, tendo autonomia na atenção ao parto normal, conforme o artigo 9º do decreto 94.406/87.

A associação entre o alto índice de prematuridade e a atuação da Enfermagem no pré-natal, veiculada no Jornal do Amapá, é equivocada. Dados do Ministério da Saúde indicam que a prematuridade tem forte componente iatrogênico, associada a cirurgia cesariana desnecessária. Neste sentido, a atuação da Enfermagem no pré-natal e parto contribui não apenas para a melhoria da assistência e controle dos riscos no pré-natal, mas também, de forma específica e direta, para o aumento dos índices de partos normais a termo, com redução das complicações respiratórias associadas à prematuridade dos recém-nascidos.


Fonte: Cofen

Com consultas de enfermeiros, acesso à saúde cresce 30% em Florianópolis

Diagnóstico da sífilis triplica após município capacitar profissionais para o cuidado; CFM é contrário à medida

O aposentado José Manuel Vasques, 65, chega à unidade de saúde para renovar a receita do anti-hipertensivo. Diabético e um pouco anêmico, ele é acompanhado por uma equipe de saúde da família em Florianópolis (SC).

No consultório, o enfermeiro Mateus da Silva Kretzer pergunta como Vasques está se sentindo, olha o prontuário no computador, checa as medicações usadas e mede a pressão arterial. Tudo em ordem. Quinze minutos depois, o aposentado é liberado.

“Às vezes, me consulto com a médica, outras passo só com o enfermeiro. Mas nunca saio daqui sem ser atendido”, diz o aposentado que perdeu o plano de saúde em 2013 e desde então é atendido no SUS.

Capital com a maior cobertura de saúde da família do país, Florianópolis tem capacitado a enfermagem para fazer consultas, prescrever remédios, renovar receitas, além de pedir exames de acompanhamento do paciente (por exemplo, de glicemia).

Nas unidades de saúde, esse profissional tem consultório próprio e divide com o médico de família o cuidado de diabéticos e hipertensos controlados, o acompanhamento do pré-natal de baixo risco e a testagem e o tratamento de pessoas com HIV e sífilis, entre outras doenças, além de exames preventivos de câncer de colo uterino e de mama.

Desde 2013, quando os enfermeiros passaram a ter uma atuação clínica mais efetiva, com base em protocolos, houve um aumento de 30% do acesso da população aos serviços de saúde, chegando a 210.404 pessoas em 2016 (últimos dados consolidados).

“O importante foi não só aumentar o acesso mas qualificar a rede, garantir que o serviço seja prestado dentro da melhor evidência científica existente”, afirma Elizimara Siqueira, responsável pela enfermagem da rede municipal de Florianópolis e conselheira do Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina.

Os protocolos clínicos de enfermagem de Florianópolis seguem recomendações do Ministério da Saúde e do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). Também se baseiam em diretrizes de instituições renomadas como BMJ (British Medical Journal) e e Cochrane (uma rede de cientistas independentes que investigam a efetividade de tratamentos).

Leia, na íntegra, reportagem de Claudia Collucci na Folha de S. Paulo

Fonte: Folha de S. Paulo

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